sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Potencialidades do m-Learning

Segundo Pelissoli & Loyola (2004) dá-se o nome de m-Learning ou mobile learning (aprendizagem móvel) ao ramo do e-Learning onde a aprendizagem é feita através de aparelhos electrónicos pessoais móveis – telemóveis, iPods, leitores de mp3, PDAs, etc. Estes autores destacam ainda que sendo o acesso à informação uma das grandes vantagens destes utensílios, a comodidade e a rapidez poderá permitir uma maior interacção, tanto entre um grupo de estudantes, bem como na interacção directa com o professor em tempo real, mesmo na altura em que esteja a enviar matéria para os alunos.
Segundo Klopfer et al (2002), citado na “Futurelab” (2006), existem diversas potencialidades educacionais quando o professor opta pelo uso destes dispositivos:
a) Portabilidade – a dimensão e o peso dos dispositivos móveis possibilita o seu uso em diferentes locais;
b) Interactividade – a troca de informações e colaboração entre os alunos é facilitada com estes dispositivos, através de texto, áudio e até mesmo de vídeo;
c) Sensibilidade ao contexto – estes dispositivos podem dar resposta em tempo real a uma determinada matéria a ser estudada, independentemente do local onde esteja;
d) Conectividade – possibilidade de criar uma rede partilhada entre dispositivos móveis e um servidor ou outros serviços de uma rede comum; individualidade – Estes dispositivos permitem, em actividades mais difíceis, um “Scaffolding” mais individualizado por parte do professor.
Dentro desta área o podcast surge como um recurso de enorme potencial no ensino tanto à distância como presencial, pois com este é possível disponibilizar diversos materiais didácticos, tais como exercícios, pequenos documentos de orientação ou até mesmo uma aula (dividida em episódios), que podem ser ouvidos quando e onde o aluno quiser.
O m-learning através do uso do podcast em particular, serão sem dúvida o meio mais utilizado no desenvolvimento de ensino de e-learning, nos próximos anos, isto porque o uso dos dispositivos móveis pelos jovens é cada vez mais vulgar, sendo que a partilha de informação, por estes meios, entre os alunos, já é uma realidade.

Rogério Ramos

Fontes
  • Pelissoli, L & Loyolla W (2004). Aprendizado Móvel (mlearning): Dispositivos e Cenários. Actas do congresso Internacional de Educação a Distância, Brasil. http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/074-TC-C2.htm
  • Learning with handheld technologies (December 2006) FutureLab. http://www.futurelab.org.uk/resources/publications_reports_articles/handbooks/Handbook198

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Alguns estudos com dispositivos móveis


Um estudo, sobre o uso de dispositivos móveis em instituições de ensino, foi realizado pelo instituto de pesquisa SRI[1]. Este estudo baseia-se em dados que foram recolhidos, no ano lectivo 2001/2002, em 102 escolas nos Estados Unidos. Os resultados mostram que os dispositivos móveis podem oferecer benefícios ímpares aos alunos. Os docentes que participaram no estudo acreditam que estas ferramentas venham a desempenhar um papel de grande utilidade em contexto educativo. Estes docentes demonstraram grande aceitação e empenho no uso da computação móvel na sala de aula. Os dados deste estudo mostram que a introdução de dispositivos móveis na sala de aula aumentou a motivação dos alunos face à aprendizagem, a colaboração e comunicação entre os participantes.

Um estudo de caso realizado numa escola canadiana (Shareski, 2008), que serviu para estudar o texto “The Wave”, mostra como os alunos de 8 e 9 anos usaram o telemóvel como ferramenta educativa, ajudando a promover nos alunos competências diversificadas (envolvimento, responsabilidade, inovação e resolução de problemas). Outros estudos (Moura & Carvalho, 2008a; Moura & Carvalho, 2008b) têm mostrado como a introdução dos dispositivos móveis na sala de aula produzem efeitos positivos na motivação e empenho dos alunos, tanto na aprendizagem individual como colaborativa.

Waycott (2004) realizou um conjunto de estudos de caso com PDAs em contexto de sala de aula e de trabalho, no sentido de apurar os factores de apropriação das novas ferramentas pelos utilizadores e a mediação da ferramenta nos contextos de aprendizagem que suportava.

Valerá a pena repensar a educação em geral e o desenvolvimento de novas concepções de ensino e aprendizagem na educação/formação formal e informal e na aprendizagem ao longo da vida. 

Adelina Moura


[1] Stanford Research Institute 

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

As tecnologias móveis em contexto educativo


As tecnologias da informação e comunicação (TIC) (1), em especial as tecnologias móveis (TM) estão presentes no dia-a-dia de grande parte da população mundial. O telemóvel é, hoje, considerado como o símbolo do objecto pessoal. Tendo em atenção a abrangência que as TM estão a alcançar há necessidade de nos interrogarmos sobre como está a acontecer todo este processo de apropriação. Que espaços estão a ocupar nas nossas vidas profissionais e pessoais e nas nossas relações/interacções? Que mudanças se estão a operar? Como actuar face a tantas possibilidades e oprtumidades? Que lugar ocupam na educação?

Considerando sobretudo o espaço de sala de aula, temos de nos questionar sobre como ocorre a apropriação e utilização das TM por parte dos alunos e a aprendizagem mediada por TM. Que implicações têm as TM na aprendizagem individual e colaborativa e na atitude dos alunos em relação à escola e ao programa curricular?

Como devemos organizar os espaços escolares para trabalhar com as TM? Como operacionalizar as mudanças de espaços e tempos de ensinar e aprender que a introdução das TM acarretam? Que papel cabe ao professor, agora que as actividades são mediadas pelas TM?

Daqui nascem outras interrogações fulcrais. Que tipo de actividades? Que sala? Que alunos? Que aulas? Que material didáctivo? Que metodologias? Que mudanças? Que adaptações?

Só através do questionamento chegaremos a compreender para transformar.


Adelina Moura

[1] Gisbert et al. (1996) definem TIC como um novo conjunto de ferramentas, suportes e canais para o tratamento e acesso à informação, com carácter inovador, capazes de promover mudanças tecnológicas e culturais e estabelecer um novo conceito de alfabetização.

Escola Tic ou alunos Tic?




É um facto que as tecnologias de informação e comunicação (TIC) há muito que entraram no contexto educativo, no entanto, são agora os próprios alunos que transportam, naturalmente, para dentro da sala de aula, todo um manancial de tecnologia móvel. O uso de telemóveis, leitores de mp3 e os iPods tornou-se rapidamente num fenómeno no ceio da nossa juventude, uma vez que o fácil acesso a conteúdos multimédia na internet, permitem transferir para estes dispositivos ficheiros em formato áudio, vídeo, imagem e texto, com a vantagem de poder transporta-los para onde quiserem, reproduzindo-os quando bem entenderem.